World Fashion edição 159

A C O N T E C E B R A S I L POR ELENI KRONKA Fenin lança edição emCamboriú Com trajetória de 22 anos de mercado, feira capitaneada por Júlio Viana contabiliza expansão de superfícies e conquista de novos territórios empresário Júlio Viana inicia o ano de 2018 com diferentes motivos para comemorações. O gru- po Expovest que ele preside contabiliza 41 edições da Fenin, feira de negócios que reúne fabricantes de todo o País e compradores que nacionais e interna- cionais. Nesses 22 anos de encontros comerciais, marcados pelo lançamento de coleções, de tendências e pelo surgi- mento de novas marcas e empresas no mercado, a Fenin tem contribuído enor- memente para a realização de negócios nas temporadas de verão e inverno. Mas não é só: Júlio Viana prepara-se para mais uma nova empreitada, lançando a versão da Fenin Camboriú (SC), de 19 a 21 de junho. Anova feira praticamente inau- gura o novíssimo pavilhão de exposições construído no balneário catarinense, com a previsão de atender ao importante mercado local com vendas para a tempo- rada de verão 2019 nessa primeira edição. SÃO PAULO A Fenin Inverno São Paulo, realizada en- tre os dias 14 e 17 de janeiro, levou ao Par- que de Exposições do Anhembi cerca de 300 expositores com aproximadamente 1500 marcas, visitados por cerca de 1600 compradores do Brasil e do exterior. Se- gundo a organização do evento, além de varejistas de todos os estados, empresá- rios de 13 países (África do Sul, Argenti- na, Bermudas, Bolívia, Botswana, China, Egito, Espanha, México, Paraguai, Quê- nia, Reino Unido e Irlanda do Norte) mar- caram presença como compradores. A Fenin Inverno 2018 reuniu fabricantes de moda feminina, masculina e infantil, dedicados a diversos segmentos, como jeanswear, malharia retilínea e camisaria. Nessa terceira edição em São Paulo, a Fenin conquistou, além de novos expo- sitores e compradores, uma área de ex- posição 30%maior, chegando a uma su- perfície de 18 mil metros quadrados. GRAMADO Nada mais que dez dias depois do evento em São Paulo, a Fenin recebeu compradores na encantadora Serra Gaúcha. De 23 a 26 de janeiro, a ma- ratona de lançamentos e vendas das coleções do Inverno 2018 transferiu-se para Gramado (RS), com a edição gaú- cha realizada no Pavilhão Serra Park. O clima mais do que convidativo da ci- dade foi palco para importante rodada de negócios em moda, catalisando a atenção e o interesse de empresários fa- bricantes e varejistas do setor da moda. Duas grandes feiras de lançamentos de moda realizadas numprazo recorde de 15 dias resumem bem o espírito empreen- dedor de seu dirigente e também de to- dos os envolvidos. Graças à confiança de expositores bem focados na ligeira recu- peração da economia do setor, novidades não faltaram nas duas feiras. Todos os segmentos estiveram representados por diversas marcas de moda feminina, mas- culina, infanto-juvenil, destacando em- presas dos segmentos de malharia retilí- nea e circular, jeanswear, plus size, moda íntima (lingerie dia e noite), alémde aces- sórios de moda e aviamentos. PANORAMA DEMERCADO O empresário Júlio Viana, diretor da Fe- nin, assinala que a feira teve início em São Paulo comuma superfície de 4,5mil metros quadrados. “ Hoje dispomos de 18 mil metros quadrados, com muitos pedidos de fabricantes que desejam integrar o time de expositores ”, afirma. No entanto, se- gundo Viana, a expansão deve ser ra- cional. “ O crescimento deve ser gradativo, coerente, com os pés no chão ”. Entusiasmado com o lançamento da edição Fenin em Camboriú, o empresá- rio observa que o evento se realizará no novo pavilhão de feiras da Cidade, “ lu- gar muito bom, aprazível, com boa infraes- trutura hoteleira e gastronômica ”. Júlio Viana lembra que o Pavilhão de Exposições do Anhembi apresenta hoje muitas limitações em sua infraestrutu- ra. “ Todos estão atentos às possíveis melho- rias que possam vir com a privatização do espaço, que tem ótima localização – pela proximidade em relação ao Brás e Bom Re- tiro ”, comenta, acrescentando que “não poderia realizar a feira num local emque não houvesse condições de crescer”. UMA JOVEM INDÚSTRIA BRASILEIRA A conversa com o empresário Júlio Via- na é também oportunidade para repas- sar ao menos três décadas de história da indústria da moda nacional. Con- tanto 37 anos de atuação nesse merca- do, Viana afirma categoricamente que “ o negócio da moda não termina ”. Ele afir- ma que a renovação é permanente, pois sempre surge gente nova. “ Em 30 anos, muitos expositores e marcas sumiram. No entanto, nos últimos 20 anos, com um mo- mento de recuperação econômica, com no- vas oportunidades de mercado e semanas de moda, novas confecções e marcas surgi- ram. Por isso digo que a indústria brasileira de moda é nova: tem somente 20 anos! ” Ele recorda que se tornou difícil encon- trar empresas centenárias como a He- ring. “ A Nutrisport, de Sidney Knobloch, tem quase 70 anos. Ficou difícil encontrar empresa ativa no Brasil com 60 anos. Em geral, elas passam de pai para filho, mas o neto não dá continuidade ”, lamenta. Brás, Bom Retiro, a rua João Cachoei- ra (no Itaim) e até a Lapa, cada um com suas características, contam mo- mentos dessa história em São Paulo. “ No entanto, nem mesmo o Brás e o Bom Retiro têm o mesmo perfil de antes ”. Ele explica: “ Grandes fábricas deram lugar a empresas que dispõem de departamen- to de estilo e de desenvolvimento de pro- duto, que modela o artigo e realiza o corte dos tecidos. A etapa de costura e acaba- mento, porém, é feita fora da empresa ”. É certo que o mercado de moda pas- sa constantemente por transforma- ções. “E tem mudado muito”, diz Júlio Viana. “ Houve época em que só mineiro fazia pronta entrega. A indústria em São Paulo só vendia sob pedido. O que ia para a pronta entrega era a sobra da tempora- da. Mudou! ” afirma categórico. “ O Brás é outro mundo, com vários mundos den- tro. A região começa a trabalhar às 3h30 e vai até as 16h30. Começa com a feira da madrugada, que não tem mais como ter- minar, não adianta mais. A estrutura já montada, apesar da ilegalidade de mui- tos dos participantes. Só o Nordeste e a região Sul – com Paraná e Santa Catarina – dispõem de grandes indústrias com to- das as etapas da produção. Essa é a cara do nosso mercado hoje ”, finaliza. O NOS ÚLTIMOS 20 ANOS, COM UM MOMENTO DE RECUPERAÇÃO ECONÔMICA, COM NOVAS OPORTUNIDADES DE MERCADO E SEMANAS DE MODA, NOVAS CONFECÇÕES E MARCAS SURGIRAM. POR ISSO DIGO QUE A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE MODA É NOVA: TEM SOMENTE 20 ANOS! Júlio Viana: “ Crescimentodeve ser gradativo, coerente, comos pés no chão ”. Foto: ArquivoWorld Fashion 159

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