World Fashion + Varejo edição 156

13 A REVISTA PARA OS PROFISSIONAIS DA MODA edição 156 +DOSSIÊ O denim, símbolo fiel da democracia na moda, quer agradar cada vez mais aos confeccionistas, aos lojistas e, claro, ao consumidor para que a roda dos negócios não deixe de girar nem mesmo em tempos difíceis como os atuais por Eleni Kronka DENIM PARA TODOS A s passarelas nacionais e inter- nacionais trazem o denim re- tratado em primeira pessoa. Isso é, seja em composições casuais, seja como proposta de alfaiataria, o denim não é apenas um “detalhe” na coleção; o produto está ali e faz a diferença. Basta conferir matéria nessa edição de World Fashion em que trazemos mar- cas do mainstream (mais conhecidas, comerciais) e aquelas tidas como cut- ting edge (vanguardistas ou autorais) pa- ra confirmar que o jeans se reinventa e ganha personalidade a cada temporada. Tudo começa na elaboração do teci- do, que chega ao mercado turbinado pela tecnologia das fibras, dos acaba- mentos e pela própria combinação en- tre trama e urdume, capaz de imprimir ao artigo atributos ideais que dão asas à imaginação do estilista e conforto com atitude ao consumidor. O fator crise – política, econômica – que marca o atual contexto nacional tem sido determinante para o dia a dia e as estratégias das empresas do setor. O cliente – confeccionista, atacadista, varejista – anda preocupado e fazendo contas, está mais seletivo e atento às evoluções do consumidor final. Tudo isso conta na planificação das coleções e na abordagem em relação ao cliente. RAZÃO E SENSIBILIDADE O líder do segmento de tecidos pla- nos para Lycra ® na América do Sul, Rob- son Ferreira, assinala que, nos últimos anos, “ o Brasil emundo passampor mo- mento de transformação na indústria e nos negócios ”, tudo isso como reflexo de mudanças do próprio consumidor. Na visão do executivo da Invista, há uma mudança no modelo de negócio, sim, e que tema ver como consumidor. “ Diante do atual panorama brasileiro, o consumidor está muito mais exigente quanto à qualidade e à durabilidade. Ele quer, enfim, quer consumir de for- ma consciente ”. Robson Ferreira afirma que, como resposta, a Invista intensifica sua política de “gerar inovação”. O executivo recorre à pesquisa brasi- leira encomendada pela companhia ao Ibope Inteligência, realizada em 2012 e recentemente atualizada, cujos resul- tados acabam de vir a público. “ Se no passado o consumidor se privaria do conforto para ter um jeans mais bacana, hoje o conforto passou para o primeiro lugar ”. No estudo, 46% dos entrevista- dos dizem que usam jeans diariamen- te. Tal resultado é muito positivo para a Invista, fabricante do fio Lycra ® , que confere aos produtos esse atributo va- lioso na hora da compra, além da maior flexibilidade de movimentos. Os dados levantados pela multina- cional vão além. Em 2012, o brasileiro comprava uma média anual de nove calças. Já uma pesquisa global, realiza- da em 2016 pela consultoria britânica 2CV em cinco mercados (EUA, China, Alemanha, Espanha e Brasil), constata que o brasileiro passou a comprar a média de 9,3 calças ano. A pesquisa, de cunho quantitativo, ouviu 500 con- sumidores em cada país, entrevistados por via online e presencial. Os partici- pantes foram entrevistados em suas próprias casas, para que houvesse me- lhor entendimento quanto aos drivers de compra. No momento da compra, o consumidor foi acompanhado até o ponto de venda, também com o intuito de melhorar o entendimento. A nova pesquisa registra que, em 2012, 41% dos brasileiros preferiam jeans com modelagem tradicional. Hoje, porém, a procura pelo tradicio- nal caiu para 27%, enquanto a prefe- rência pelo modelo boot cut cresceu (de 3% para 18%) e a skinny mante- ve-se tecnicamente estável (26% em 2012; 25% em 2016). Quando perguntado sobre insatis- fações e frustrações em relação ao jeans, 84% dos consumidores apon- tam o item “ajuste da peça ao corpo”. “ O brasileiro é adepto do jeans mais próximo ao corpo, o que representam uma grande oportunidade de merca- do para Lycra ® ” , observa. O item“preço” dapeça tambémapre- sentou melhora nos dois momentos da pesquisa. O comprador desembolsava umamédia de R$ 95,00 em2012, pata- mar que subiu para R$ 131,00 em 2016.

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