World Fashion + Varejo edição 152

6 edição 152 a revista para os profissionais da moda Aumentar o conhecimento sobre o cliente passa a ser determinante e chegar ao coração dele, essencial ConexõesEmocionais... o novoprotagonistadoVarejo! Especialista na Inteligência da Gestão do Luxo e Premium Fundador | Presidente da MCF Consultoria e Sócio-Fundador da marca varejista BENTO STORE. Foto: Divulgação D urante alguns anos, a NRF, o maior evento de varejo do mundo, evidenciava que as lojas físicas desapareceriam uma vez que o digital, na lin- guagem do e-commerce seria a única alternativa. Há dois anos, porém, essa visão complexa e sombria foi drasti- camente alterada para o termo que chamaram “brick is the new black” – que nada mais é do que revogar o término das lojas físicas e afirmar que a “loja de tijolo” volta a ter papel fun- damental com os consumidores. E aqui estamos em 2016. E nesse ano a atenção dos principais temas tocados e abordados no varejo ame- ricano, base de reflexão para o varejo mundial, refere-se fundamentalmente às CONEXÕES e aos MILLENIALS! Conectar os clientes, que definitiva- mente estarão nas lojas ou no mundo virtual, ou seja, no mundo físico ou no mundo do e-commerce, às emoções, às sensações, às colaborações... O con- ceito de “conectar” tão associado ao di- gital, ganha força e relevância maior. Na visita que realizamos na IFF – In- ternational Flavor & Fragrancies, como parte dos trabalhos pré-NRF (parte dos trabalhos da Delegação GS&MD), o grupo de executivos participou de um workshop de sinestesia, cujo foco era exercitar sensações olfativas, es- timular percepções visuais e ativar o cérebro para outros diálogos... enxer- gar cores nos cheiros. Tudo isso com o objetivo de expandir a criatividade, criando novas soluções para os ne- gócios. Total alinhamento ao que viria ser abordado posteriormente nas di- versas palestras da NRF. Toda essa conexão emocional tor- nar-se-á ainda mais desafiadora pe- rante a este grupo de consumidores que não é fácil de leitura = Descon- truindo os Millenials, o desafio da no- va era de consumo. De forma geral, ter a atenção dos consumidores, Millenials ou não, se dará quase que plenamente pela lin- guagem além do produto e do servi- ço. O que era diferenciação de algu- mas marcas passará a ocupar o lugar de protagonista. Inteligência da gestão EMOCIONAR clientes pela história ou pela estória, pela causa, pelo pro- cesso, pelas pessoas... emoção essa, tão alinhada à entrega das marcas reconhecidas por possuírem foco no Luxo e Premium. O momento e a hora para “Aprender com a Gestão do Luxo e Premium”, fo- co da especialização da MCF, por meio do qual afirmamos que nem todas as marcas e empresas precisam ou deve- riam ser Luxo, mas todas podemapren- der com a inteligência dessa gestão. Todas as marcas deveriam ter uma voz e deveriam ter uma causa . E, de- veriam através dessa voz e dessa cau- sa, garantir diálogos e conexões pelos estímulos emocionais, mesmo quan- do não enxergamos de imediato co- res nos cheiros. Devemos nos permi- tir evoluir na sinestesia que já está em cada um de nós, mas que precisa ser estimulada. A cada história bem ela- borada e contada , temos que garantir um produto com qualidade , design e funcionalidade indiscutível; facilitan- do o caminho de uma prestação de serviço que encante e surpreenda. Premium & Luxo É cada vez mais claro que já não há mais espaço para os generalistas somente.Eatémesmoosespecialistas precisam garantir um propósito claro nos nichos que atuam, sustentando a relevância e a razão de existência, respei- tando a história , a essência e a identida- de . A diferenciação se torna imperativa e caminhos precisam ser continuamente testados e exercitados, como a pre- miumnização e o luxo acessível . Entretanto, uma visão de Luxo mais democrático , humanizado e não pre- tencioso . Novas alternativas muito alinhadas às expectativas e às oportu- nidades que vem sendo desenhadas no cenário competitivo. Alternativas essas que têm considerado movi- mentos como personalizar e custo- mizar, deixando de serem opções e ganhando protagonismo. Aumentar o conhecimento sobre o cliente passa a ser determinante e chegar ao coração dele, essencial. Precisamos de uma vez por todas, en- tender que clientes se manifestam por hábitos , preferências, gostos e sentem a necessidade de preencher a falta de alguma coisa. O foco tem que ser em descobrir o que vem a ser essa “falta”. Apresentar o novo da novidade com mais frequência. Arriscar deveriaserhábito. E errar deve- ria ser assumido como parte do proces- so. Misturar cada um desses elementos para que o resultado seja consistente na cultura que conquista pessoas , fazendo que todos sonhem grande. Temos que exercitar a contento e continuamente a capacidade de emo- cionar clientes. Liderar pelo conheci- mento e “insights”, gerar conteúdos que gerem engajamento = grudando nas pessoas pela emoção. A paixão é o motor da autenticidade = temos que usar essa paixão como a embalagem principal de produtos, serviços, atendi- mento e romantizar as interações. Consumidores querem se perder em um mundo de sensações, como uma nova jornada para se reconec- tarem com os sentidos. A revolução digital trouxe ganhos significativos na eficiência, criando atalhos para o gan- ho de tempo, mas, ao mesmo tempo eliminou os momentos de descoberta e o prazer de ser revelado. É urgente a necessidade de se introjetar “ serendi- pidade ” na jornada do consumo e en- tender que a Experiência é a nova Sala de Aula. Entendendo “serendipidade” como as descobertas afortunadas fei- tas, aparentemente, por acaso; ou co- mo forma especial de criatividade, ou uma das muitas técnicas de desenvol- vimento do potencial criativo de uma pessoa adulta que alia perseverança, inteligência e senso de observação. Por favor, “Don’t think, just smell”!... Foto: Divulgação

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