World Fashion + Varejo edição 152

5 edição 152 a revista para os profissionais da moda A Associação Brasileira da In- dústria Têxtil e de Confec- ção (Abit) promoveu uma rodada de entrevistas e troca de ideias entre repre- sentantes de diferentes setores da indústria com a imprensa, tendo por objetivo facilitar o fluxo de informa- ção com o mercado. Participaram do encontro, entre outros membros da entidade, o presidente, Rafael Cervo- ne, e o diretor-superintendente Fer- nando Pimentel, além de empresá- rios do setor têxtil, como Alessandro Pascolato e Ricardo Steinbruck, res- pectivamente presidentes da Tecela- gem Santaconstancia e da Vicunha Têxtil. Também marcaram presença o empresário Matheus D. Fagundes, vice-presidente da 2 Rios Lingerie, o diretor do Senai, Marcelo Costa, e o economista da Abit Haroldo da Silva. Do segmento de lavanderia in- dustrial compareceram Paulo Walter Leme dos Santos e Fábio Américo Leme dos Santos, respectivamente presidente e diretor da Comask. Mercado externo Ricardo Steinbruck, presidente da Vicunha Têxtil, afirma que 2015 foi ano de queda acentuada nas vendas no mercado interno, girando em torno de 10% a 15%. No sentido inverso, as vendas cresceram: a Vicunha atingiu aumento de até 15% nas exportações. “ Nós sempre estivemos preocupados com as vendas externas e o momento pede novamente essa atenção ”, afir- ma Steinbruck. Com fábrica no Brasil, no Equador e na Argentina, a Vicunha produz aqui 85% do que comercializa, produzindo 15% nas plantas no exterior. O empre- sário destaca que a empresa atua na Argentina desde 1989, sendo que em 1992 instalou ali a fábrica. “ Trata-se de uma unidade que passou por uma mo- dernização ”, destaca, acrescentando que o governo do novo presidente ar- gentino Maurício Macri “ dá novo ânimo aos empresários, a partir das medidas macroeconômicas tomadas ”. Para o diretor-superintendente da Abit, Fenando Pimentel, o empresaria- do brasileiro vive um grande momento de insegurança, dado o quadro incer- Empresários reunidos em torno de uma mesa – diante de profissionais da imprensa – é sinal de que há ideias e iniciativas que podemultrapassar limites da linha de produção na busca de soluções inteligentes para a crise que o Brasil da atual década enfrenta. Soboolhardos empresários +radar Por Eleni Kronka to tributário do País. “ O empresário, pequeno, médio ou grande, precisa de um mínimo de previsibilidade para poder investir em seu negócio, gerar produção e gerar emprego, e não é o que acontece hoje ”. Pimentel cita co- mo exemplo a Emenda Constitucional n° 87, que ficou conhecida como a Emenda do Comércio Eletrônico. Es- se tipo de comércio estava vinculado ao Protocolo ICMS 21/2011, que exigia uma diferença do ICMS em favor dos Estados de destino, em determinadas vendas interestaduais, nas chamadas vendas não presenciais (telemarke- ting e e-commerce). A partir de 2016, num processo lento e gradual, a carga tributária devida integralmente ao Es- tado de origem se limitará a 4%, 7% e 12%. Nesta nova composição legal, a diferença do imposto, ao final de 2019, ficará integralmente para o Estado de destino. “ Isso tem gerado uma grande burocracia para os grandes sites e difi- cultado enormemente o desempenho dos pequenos e médios ”, frisa, comple- mentando que a Abit, por meio de tra- balhos junto à Frente Parlamentar, tem atuado nesse campo especialmente. Na confecção Os 40 anos de mercado alcançados pela Comask no segmento de con- fecção e de lavanderias industriais ensinaram tanto ao fundador, Paulo Walter Leme dos Santos, quanto ao fi- lho e diretor Fábio Américo Leme dos Santos, lições que só mesmo uma economia instável são capazes de proporcionar, mesmo a um segmento importante quanto o do jeanswear. Com fábricas em Sorocaba (SP) e Três Lagoas (MG), a Comask tem uma produção mensal de 300 mil unida- des, o que a coloca entre as maiores fabricantes do segmento de confec- ção de jeans do País. Desse total, Pau- lo Walter afirma que 70% destina-se aos magazines, enquanto o restante 30% é produzido pelo sistema de pri- vate lable . “ A lavanderia atende a pro- dução própria”, afirma o empresário, acrescentando que a alta do dólar não impactou diretamente na confecção do jeans. “O preço do algodão, co- mo commodity, é que sofreu a alta ”. O executivo da Comask lembra que a valorização do dólar em relação ao real surtiu benefício sobre este seg- mento específico, levantando uma espécie de barreira contra a entrada do jeans importado da Ásia. Por outro lado, a Comask, que duran- te quatro anos atingiu resultados mui- to positivos em exportações, a partir de 2008 assistiu uma queda bastante acentuada. “ As vendas para Inglaterra e Itália, por exemplo, cessaram com a cri- se internacional ”, recorda Fábio Améri- co Leme dos Santos, responsável pe- las atuação da empresa no mercado externo. O empresário considera que a atual situação do real é um novo con- vite a investir nas exportações. “ Mas o governo precisa sinalizar com uma po- lítica nesse sentido ”, comenta. Matheus Fagundes, vice-presidente da 2Rios Lingerie, por sua vez, comen- ta que a empresa está há 20 anos no mercado e há 13 atua com vendas no exterior. Segundo ele, 20% da produ- ção destina-se ao exterior, consideran- do que a empresa conta com escritó- rio de representação nos EUA. Há três anos, a 2Rios iniciou um reposiciona- mento de imagem, com investimentos em comunicação, ao mesmo tempo em que investiu na verticalização da fábrica, que agora também produz o bojo e a malha de microfibra para a confecção da lingerie. A empresa tem uma produção mensal de 200 mil pe- ças, parte dela terceirizada. Fernando Pimentel Diretor Superintendente da ABIT Fotos: Divulgação, Shutterstock

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