World Fashion edição 160

46 160 O N L I N E Por Paulo Delegá Paulo Delegá é diretor da Vendere, agência digital de criação para sites, redes sociais e marketing de conteúdo. www.vendere.com.br Cinco práticas de Internet das gigantes demoda Ao se observar as práticas de marketing digital das maiores marcas de moda, vê-se que algumas podem ser adaptadas para orçamentos menores. Pode ser que você já as siga no seu negócio, pode ser que não, então bora dar uma analisada! CONTEÚDO COMPARTILHÁVEL Qualquer marca tem uma preocupação de “alimentar” a sua audiência nas redes sociais com regularidade, mas as melho- res se preocupam com criar conteúdo que dê vontade de compartilhar, porque podemultiplicar amensagempara a rede de contatos dos já seguidores. Por exemplo, a campanha “ that feeling whenGucci ” veiculouno Instagramnão só fotos de modelos usando os produtos (o que é esperado), mas tambémvários posts brincalhões – memes , o que incentivou seu compartilhamento. Essa é uma téc- nica que qualquer empresa pode tentar. Embora não dê para garantir que algum conteúdo com certeza vá “pegar” e se es- palhar pela Internet, é possível, sim, dese- nhar conteúdo mais “compartilhável”. Nenhuma agência é capaz de criar de- liberadamente um “vídeo viral”, mas dá para criar um vídeo ou post engra- çado, emotivo ou polêmico, ou citan- do uma referência cultural que esteja sendo muito comentada naquele mo- mento... apostar no tipo de coisas que as pessoas costumam compartilhar. E daí torcer para decolar. ANÚNCIOS Não se engane pensando que colocar conteúdo de qualidade nas redes so- ciais basta para as pessoas encontrá- -lo. Ou que com alguns truques de SEO (Search Engine Optimization – otimiza- ção do site para ser encontrado em pes- quisas) seu site vai estar sempre no topo do Google e montes de visitantes vão cair do céu (ou cair do SEO...). Essas técnicas ajudam, mas para ter um crescimento consistente da audiência o que as grandes marcas fazem? Anún- cios. Aí não temmuita escapatória: quan- to maior o investimento, maior o retorno. A Ralph Lauren fez uma campanha com 49 anúncios diferentes em vários sites, entre eles o TheNewYork Times e o You- Tube. Teve 97 milhões de acessos. Você não tem o orçamento da Ralph Lauren, então o que dá para fazer é seg- mentar: anunciar em veículos menores, mais focados. E no YouTube, Facebook e outras redes sociais, usar as ferramen- tas que elas oferecem para recortar a audiência por dados demográficos, geo- gráficos, interesses e comportamento. Não gastar vela boa com santo ruim. INFLUENCIADORES Hoje, praticamente todas as celebrida- des têm seguidores nas suas diferentes redes sociais. Sejam famosos do cinema, da música ou da televisão, ou criados pela própria Internet, como Youtubers, Instagramers e blogueiros, o que pos- tam sem dúvida influencia as pessoas. Quando Kylie Jenner publicou no Snap- chat que seu bracelete Love, da Cartier, estava preso no seu pulso e postou tam- bém um vídeo do pessoal da loja tentan- do tirá-lo, o bracelete se tornou o item de joalheria mais pesquisado do Google na- quele mês, por mais de 350 mil pessoas. Há uma imensa hierarquia de influencia- dores: os que têmmil seguidores, 100mil, 1 milhão, 10 milhões... Geralmente eles cobrampelo tamanho da sua audiência e têm um perfil de seguidores característi- co – os fãs da Palmirinha não são osmes- mos doWhindersson Nunes. Com um pouco de sorte, você poderá en- contrar influenciadores com o perfil de audiência que sua marca precisa, por um preço que você possa pagar. Alguns mi- cro-influenciadores até aceitam permutas: você presenteia a “musa fitness” coma lin- gerie, biquíni ou jeansque fabricaeelapos- ta no Instagramuma foto usando a peça. TRANSMISSÕES AOVIVO (LIVE STREAM) Muitas pessoas gostam do glamour de participar pessoalmente em um evento de moda: um desfile, uma festa de lan- çamento de produto ou a FashionWeek. Porém, o próprio espaço físico limita o número de participantes. É possível ampliar muito a audiência e a cober- tura geográfica de eventos com trans- missões ao vivo, via YouTube, Facebook e outras plataformas. O fato de ser ao vivo e das plataformas permitirem co- municação entre os participantes remo- tos e os locais dá ao participante remoto “um gostinho” de estar presente. Um exemplo foi um desfile promovido pela Michael Kors em Xangai. A festa/ desfile “TheWalk” esteve forrada de ce- lebridades. Anunciada como um evento exclusivo só para convidados VIP, teve a participação remota oferecida ao públi- co através de um popular aplicativo na China, o YiZhiBo. Com isso, 9,5 milhões de pessoas “compareceram” ao evento, por meio do aplicativo. Essa é uma ação que, guardadas as devidas proporções de orçamento, pode ser copiada para praticamente qualquer evento de moda. NEWSLETTER Sabe o que Burberry, Chanel, Dior, Fen- di, Gucci, Louis Vuitton, Moschino, Ralph Lauren, Tom Ford, Valentino e Yves Saint Laurent têm em comum? To- das têm em seus sites um formulário para você se inscrever para receber uma newsletter, um jornalzinho por e-mail. E-mail? Essa antiguidade do século pas- sado? Pois é, prezado leitor. Eu sei que os profissionais de comunicação ado- ram falar sobre a ultimíssima rede so- cial que está começando a despontar, chatbots , Realidade Aumentada e outras novidades promissoras. Mas, às vezes, uma tecnologia meio antiga e sem gra- ça traz mais retorno comercial. Se news- letter não funcionasse, as gigantes da moda não poriam o formulário de assi- natura na primeira página do site delas. O lado bom da veiculação de uma news- letter por e-mail é que é uma tecnolo- gia consolidada, barata e fácil de usar. Já cultivar uma boa lista de endereços e criar conteúdo adequado para enviar regularmente pode ser mais complica- do, mas tudo está ao alcance e de em- presas de qualquer porte. Foto: JESHOOTS.COM/Unsplash

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