World Fashion edição 159

ados preliminares dão conta de uma expansão acumulada perto de 8,1% em 2017 sobre 2016, qua- se recuperando volumes históricos re- gistrados em 2014 – ainda hoje o melhor ano do Varejo de Moda no País, com 6,5 bilhões de peças comercializadas. O retorno ao crescimento não foi fácil. Só foi obtido graças à redução da infla- Varejo demoda aquece tambores e atrai importados Após dois anos bastante decepcionantes (2015 e 2016), em que o Varejo de Roupas no Brasil acumulou queda de 11% no número de peças comercializadas, cálculos referentes a 2017 apontam para importante recuperação das vendas do setor M E R C A D O Por Marcelo Prado Previsões preliminares do IEMI para 2018 sugerem expansão de 6,4% nos volumes de peças a serem comercia- lizadas pelo varejo, o que colocaria o setor de volta ao seu maior patamar de vendas, até então. Sem dúvida, temos aqui um conjunto de fatores bastante favoráveis, não só para o varejo, mas também para a in- dústria confeccionista local, que de- pende 99% (literalmente) do consumo D DESEMPENHOVESTUÁRIO VARIAÇÃONOMÊS 1 VARIAÇÃOANUALIZADA 2 VENDAS NOVAREJO (R$) 13,9% 10,3% VENDAS NOVAREJO (PEÇAS) 13,8% 7,7% PRODUÇÃO INDUSTRIAL (PEÇAS) -8,1% 4,8% IMPORTAÇÕES (US$) -9,7% 22,9% EXPORTAÇÕES (US$) 26,1% 12,7% Fontes: IEMI / IBGE / SECEX (1) Novembro 2017 / Outubro 2017 (2) Janeiro-Novembro 2017 / Janeiro-Novembro 2016 Marcelo V. Prado é sócio-diretor do IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial faleconosco@iemi. com.br Foto: Divulgação ção, dos juros básicos da economia, da injeção de recursos das contas inati- vas do FGTS no primeiro semestre, da expansão do crédito aos consumido- res e do início da recuperação dos em- pregos e do investimento. Para 2018, o varejo já vemaquecendo tam- bores, acreditando em mais um ano de crescimento nas vendas, mesmo com al- guma turbulência prevista para o período das eleições gerais, no segundo semestre. interno para sobreviver, e que aos pou- cos vai se recuperando de sua pior cri- se, em mais de 30 anos de estatísticas sobre o próprio desempenho no País. Se as estimativas preliminares se con- firmarem, o crescimento da produção de vestuário, em 2017, deverá registrar expansão de 4% sobre 2016 em volume de peças confeccionadas, com projeção de expansão de mais 3% em 2018. Porém, se comparados os resultados do varejo e da indústria de confecção local, embora alinhados no crescimen- to, verifica-se uma expressiva diferen- ça em termos de ritmo de crescimento. Dos 8% de expansão do varejo, ape- nas 4% estão sendo capturados pela indústria nacional. Ou seja, boa par- te dessa diferença é preenchida pelos importados, que cresceram quase 60% em número de peças (dados ainda pas- síveis de revisão pela SECEX), em 2017, e apenas 23% em valores (dólares), o que já vai dando o tom da concorrên- cia a ser enfrentada pelas marcas na- cionais neste ano que se inicia. Com câmbio estável e consumo em re- cuperação, o grande varejo, os importa- dores independentes e a grande indús- tria nacional já fazem contas em relação ao que vale a pena produzir interna- mente e o que vale a pena importar. Para as indústrias locais e para o varejo formal, que sofrem com a informalida- de, é hora de se unir em torno das duas principais entidades que representam o setor, a ABIT e a ABVTEX, para evitar que aproveitadores coloquem areia na recuperação do mercado local com prá- ticas ilícitas de comércio. . INDICADORES DO VAREJODEMODA – NOVEMBRO/17 A venda do comércio varejista de ves- tuário avançou em novembro. Em vo- lumes físicos a alta foi de 13,8% e, em valores de venda, (+)13,9%. No acu- mulado do ano, entre janeiro e no- vembro, houve alta de 10,3% nas re- ceitas e de 7,7% nos volumes. A produção nacional destes artigos, em número de peças confeccionadas, teve forte queda em novembro, 8,1%, quan- do comparado ao mês anterior. No ano, no entanto, mantém uma alta de 4,8%. Em relação ao comércio externo, as importações brasileiras de roupas ti- veram queda 9,7% em novembro, po- rém alta de 22,9% no acumulado no ano. As exportações, por sua vez, cres- ceram 26,1% no mês, e 12,7% no ano. 22 159

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