World Fashion edição 158

Boas vendas dependem do processo da fabricação Ovarejopode e deve buscar processos queotimizemresultados nas vendas demoda, lembrando que aatençãoparte daprópria etapade produçãodos artigos utro nome de peso presente ao 22º Backstage do Vare- jo é o de Luís Taniguchi, consultor de varejo de moda, experiente profissional na área de compras em grande rede e atuante na área acadêmica. Para o executivo, a Gestão de Ativos é palavra de ordem no segmento de varejo e pas- sa, necessariamente, pela sustentabilidade do processo que vai des- de o fornecedor dos artigos confeccionados até o ponto de venda. As perdas serão reduzidas ao máximo, na visão de Taniguchi, se houver empenho para um melhor desempenho da etapa do corte dos tecidos dentro do processo de fabricação da roupa, por exemplo. Nessa entrevista exclusiva ao World Fashion, o especialista destaca pontos que são “gargalos” na produção e merecem a atenção tanto da confecção quanto do departamento de compras de uma grande rede. O WORLDFASHION– Como se dá a busca da eficiência almejada pelo varejo demoda? LUÍSTANIGUCHI – Não se pode perder de vistaopróprioprocessode produçãodos arti- gos. Emalgumas etapas da fabricação, como o processo de corte, os softwares ajudam muito na redução de perdas, pois oferecemmelhor encaixe e reduzemaomáximo as so- bras de tecidos. Vale lembrar que o resíduo ou a sobra, normalmente, já está contabiliza- do no consumo (ou custo?) do produto em desenvolvimento. Portanto, quanto menor a perda, maior o lucro da empresa, caso o preço seja item principal na negociação. A efi- ciência gerará resultados positivos. Importante lembrar que há outros resíduos que não são gerenciados (quais são?), muitos deles por seremde baixo custo ou por não estarem presentes no cálculo de custo do produto, mas que afetam o meio ambiente. W. F. – Em que aspectos uma gestão dos resíduos pode gerar um impacto entre os clientes e no varejo em geral? L. T. – Nas grandes empresas, há um controle dos principais resíduos, principal- mente dos resíduos que impactam no custo ou gerammultas ambientais (quais são esses resíduos?). Na verdade, para essas grandes empresas a gestão do resíduo passou a ser um diferencial de sustentabilidade, valor que foi integrado à imagem institucional da companhia no mercado. A incorporação de inovações tecnológicas contribui muito para isso. A utilização do laser no acabamento do jeans, por exem- plo, substitui lavagens que degradavam o meio ambiente. W. F. – Como consultor e professor, o que sugere para sensibilizar o varejo em relação ao tema? L. T. – Inicialmente, é preciso observar todo o processo e identificar em que momen- to os resíduos surgem, bem como o impacto econômico e ambiental que isso acar- reta. A implantação de um programa de redução de resíduos é já parte do processo de sensibilização, pois mostra o lado positivo da gestão e o impacto positivo causa- do nos custos e no meio ambiente. Muitos projetos desse tipo são intangíveis e cos- tumam engajar colaboradores e moradores, de forma voluntária, devido ao propó- sito humanitário e ambiental. W. F. – Na sua visão, trata-se de tema passageiro ou de tendência com potencial de cresci- mento, tornando esse processo uma inovação significativa? L. T. – Vejo como tendência que vem ganhando mais adeptos permanentemente. O número de projetos com este intuito nas empresas tem crescido e se profissio- nalizado com a criação de metas e a gestão de seus resultados. Tais iniciativas ge- ram parcerias de empresas com Institutos que atuam no terceiro setor, o que tem ajudado bastante este movimento, promovendo capacitação e conscientização na comunidade. A meta é que a gestão de resíduos torne-se parte do processo de pro- dução e incorpore-se à cultura da empresa. V A R E J O

RkJQdWJsaXNoZXIy NDgyMzI=