World Fashion + Varejo edição 156

32 A REVISTA PARA OS PROFISSIONAIS DA MODA edição 156 Modaparaaqueles que aadmiram História, mercado, estratégias e gestão são apenas diferentes lados desse rico universo de criação chamado Moda BALENCIAGA NO V&A Sobre Balenciaga, Christian Dior, outro incrível mestre da moda, afirmou: “A alta costura é como uma orquestra, cujo maestro é Balenciaga. Os outros criadores são músicos e sob a direção dele nós estamos”. A frase diz muito da importância do costureiro espa- nhol Cristóbal Balenciaga para a construção do pensamento e das bases da moda elaborada a partir do século XX. E também diz respeito ao peso da exposição que o Museu Victoria & Albert inicia no dia 27 de maio, em Londres, sob o título Balenciaga: Shaping Fashion . Nada mais justo do que a reali- zação de uma exposição desse porte e com tal viés para marcar os 100 anos da abertura do primei- ro ateliê do grande criador, o que ocorreu quando ele completou 23 anos de idade. Balenciaga: Shaping Fashion abarca o trabalho e o legado do in- fluente costureiro, e traz a público mais de 100 peças de vestuário e chapéus criados pelo “mestre” da costura, mas também por seus protegidos e por designers con- temporâneos que trabalham na mesma tradição inovadora. O foco da mostra são os trabalhos realizados entre os anos 1950 e 1960 pelo criador espanhol, talvez o período mais criativo de sua carreira – quando vestiu algumas das mulheres mais renomadas da época e se tornou reverenciado por seus contemporâneos, incluin- do Christian Dior e Coco Chanel. Entre as criações expostas por ele, estão as peças mais icônicas, bem como modelos criados para a atriz Ava Gardner; vestidos e chapéus pertencentes à socialite Gloria Guinness anos anos 60, bem como peças usadas por uma das mulhe- res mais ricas do mundo, Mona von Bismarck, que encomendou tudo, desde toalhas de baile até jardina- gem Shorts do couturier. PÓS BALENCIAGA A segunda parte da exposição explora o impacto duradouro de Balenciaga, traçando sua influência através do trabalho de mais de 30 estilistas nos últimos 50 anos. Pedaços desenhados pelos ex-aprendizes de Balencia- ga, André Courrèges e Emanuel Ungaro, demonstram uma estética minimalista e autoral, recente- mente reavivada por Phoebe Philo para Celine e nas fortes linhas de J.W. Anderson. O perfeccionismo de Balenciaga e a atenção aos detalhes são refletidos no trabalho de Hubert de Givenchy e Erdem. O trabalho de volumetria pode ser visto no trabalho de Molly God- dard e Demna Gvasalia, enquanto o uso criativo de novos materiais é referenciado em criações do antigo diretor criativo Balenciaga, Nicolas Ghesquière. +ler, ver, ouvir MODA COMO NEGÓCIO O segundo livro de Enrico Cietta busca levar a empresários, profissionais e estudantes de moda conhecimentos e discus- sões acerca dos inúmeros negócios que a indústria fashion é capaz de gerar. “Economia da Moda – Porque hoje um mode- lo de negócio vale mais que uma boa coleção” tem lança- mento mundial aqui no Brasil, pela editora Estação das Letras e Cores, com versões em inglês e italiano, além de português. Enrico Cietta escolheu o Brasil pois nos últimos anos fez uma série de consultorias para marcas nacionais e com isso convi- veu de perto com questões de nosso país. Para ele, aqui é lu- gar para experimentações, devido a fatores como: população jovem, facilidade com o celular e acessibilidade a internet. “ Meu objetivo é explicar como o economista pode ajudar uma empresa de moda a crescer e que relações existem entre a teoria econômica e a gestão da empresa ”, comenta. O autor aborda temas pra lá de atuais, tais como: sustentabili- dade da empresa, sustentabilidade ambiental, velocidade do consumo de moda, o papel da internet, só para citar alguns. “ A ascensão do não-profissionalismo em algumas áreas da empresa, o trabalho escravo e a responsabilidade social, bem como a cocriação e a fábrica compartilhada com o advento dos creators estão mudando estruturalmente o setor e são do interesse do público profissional e de pessoas comuns que querem entender melhor o setor ”.