World Fashion + Varejo edição 153

4 edição 153 a revista para os profissionais da moda +foco Exposição inédita emNova York mostra que na era tecnológica, mais do que nunca, o artesanal e o industrial estão juntos em seus propósitos de valorização da moda Texto e fotos por Andrea D'Andrea Modaparaser contemplada O Metropolitan Museum de Nova York (MET) possui um departa- mento especialmen- te dedicado à moda. Com acervo de mais de 35 mil trajes e acessórios, o Costu- me Institute foi criado em 1937 como entidade independente e passou a fazer parte do Me- tropolitan em 1946. Legen- dárias exposições foram rea- lizadas nos últimos anos, tais como: Alexander McQueen: Savage Beauty, em2011, e Punk: Chaos to Couture, em 2013. Em 2014, o Costume Insti- tute passou por uma renova- ção e foi reaberto como Anna Wintour Costume Center , no- me da diretora de redação da Vogue americana. Tendo esse histórico como pano de fundo, o MET acaba de receber nada menos que a mais esperada exposição do ano, que tem como tema Manus x Machina: Fashion in an Age of Techology . A mostra fala da importância dos pro- cessos de produção artesanal e industrial, o “feito à mão” e o “feito à máquina”, a relação de ambos com a moda e dos dois processos entre si, com looks que vão desde 1880 ate 2015. A mostra, que fica em cartaz até 14 de agosto próximo, pro- põe uma nova visão do pro- cesso manual e industrial, que muitas vezes são apresenta- dos como processos opostos de produção. Manus x Machi- na acaba com essa rivalidade e ambos aparecem como protagonistas de uma mesma história, adotando práticas e técnicas uma da outra. Conexão Nas galerias do museu, o que vemos é uma total co- nexão entre o “handmade” e o “feito à máquina”, que se unem cada vez mais na cons- trução das novas peças de roupas e aparecem lado a la- do no atual cenário fashion. Um look pode ter, no seu pro- cesso de criação, uma fase in- dustrial e também o processo artesanal em alguma parte da sua confecção. Um plissado pode ser confeccionado tanto à mão como à máquina, e ter o mesmo efeito desejado pelo seu criador; o floral pode ser bordado ou impresso em uma maquina 3D e até mesmo as plumas unidas manualmente podem surgir recriadas em si- licone cortado a laser. Com isso, cai por terra a dis- tinção antes feita de que a al- ta costura estava baseada no artesanal, no “feito a mão”, e no prêt-à-porter a produção em massa estava relacionada com o “feito à máquina”. Ma- nus x Machina mostra que, na era tecnológica, ambos estão perfeitamente conectados e em harmonia. Vestido de noiva de Karl Lagerfeld para Chanel funde ambos os processos de criação: o artesanal e o industrial, chamado por Karl de “alta costura semcostura”, porque foi moldado e não costurado. Os detalhes da calda foramprojetados na cúpula da sala. A designer isralense Noa Raviv trabalha com impressões 3D Raf Simons para Dior, alta costura 2014: plissado àmão. Em contrapartida, plissado do japones IsseyMiyake feito amáquina Dior e Alexander McQueen Criação futurista de Hussein Chalayan, o Kaikoku (2011/12) traz flores artificiais emcontraponto ao vestido de casamento Chanel 2005/06 feito totalmente àmão

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