World Fashion + Varejo edição 153

28 edição 153 a revista para os profissionais da moda Marcelo V. Prado é sócio-diretor do IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial faleconosco@iemi.com.br por Marcelo V. Prado Fotos: Arquivo pessoal, divulgação Estamos de volta ao jogo Se para se suprir de importados o varejo precisa planejar suas compras com seis a novemeses de antecedência, o desafio de ser eficaz e rentável nomodelo fast- fashion torna-se muitomais complexo Desempenho Vestuário Variação no mês 1 Variação Anualizada 2 Vendas no Varejo (R$) 13,8% -7,6% Vendas no Varejo (Peças) 12,8% -12,9% Produção Industrial (Peças) 17,8% -11,4% Importações (US$) -5,3% -47,9% Exportações (US$) 53,0% -8,2% Fontes: IEMI / IBGE / SECEX (1) Março 2016 / Fevereiro 2016 (2) Janeiro-Março 2016 / Janeiro-Março 2015 P ara os próximos cinco anos, estima-se para o Varejo de Moda no Brasil, em função da crise atual e da expectativa de uma lenta recuperação da demanda, uma taxa de crescimento médio de 1 a 2% ao ano, com a partici- pação dos importados recuando para uma fatia inferior a 10% dos volumes comercializados. O baixo ritmo de crescimento espe- rado para o varejo, nos próximos anos, não será compartilhado por todos os canais de venda. Na verdade, como comentamos na coluna passada, as Redes Especializadas em Moda ten- dem a voltar a crescer em um ritmo bem mais acelerado, tomando para si uma fatia ainda mais significativa do mercado, que tem sido até aqui, das pequenas lojas multimarcas. Dentre os ingredientes que conti- nuam ajudando a alimentar o cresci- mento destas redes, está o já arraiga- do sistema fast-fashion , que oferece lançamentos cada vez mais frequen- tes, visando garantir novidades quase todas as semanas nas lojas. Com este modelo e a introdução das coleções cápsulas , de giro rápido –muitas vezes, com permanência de apenas duas se- manas no ponto de venda e presença em apenas parte das lojas da rede – os grandes varejistas de moda têm con- seguido atrair e fidelizar um número cada vez maior de consumidores. Em que pese o fato de que em mo- mentos de crise, como o atual, os con- sumidores se tornam mais arredios a produtos (roupas) muito inovadores, que permitem o seu uso em poucas ocasiões, não há dúvidas de que o maior estímulo para o consumo de moda vem do encantamento gerado pela oferta constante de novidades. Dentro deste modelo de consumo, cada vez mais é exigido dos varejistas de moda, velocidade e variedade de produtos na renovação dos seus esto- ques, exigindo muita eficiência e pro- ximidade com a cadeia fornecedora. Se para se suprir de importados o varejo precisa planejar suas compras com seis a nove meses de antece- dência, o desafio de ser eficaz e ren- tável no modelo fast-fashion torna-se muito mais complicado. É aqui que as confecções brasileiras voltam para o jogo e recuperam a sua importância estratégica para as redes de varejo nacionais, assim como vinha ocorren- do na Europa e nos Estados Unidos, onde a produção local de roupas vol- ta, lentamente, a se recuperar. As principais redes de varejo do país estão, neste exato momento, empe- nhando-se na implantação de progra- mas de estreitamento da sua relação com os fabricantes locais, tendo como ponto de partida o trabalho commenos fornecedores, num modelo de supri- mento que envolve compras em quan- tidades menores, variedades maiores e um número mais frequente de pedidos. Além do fator câmbio, agora mais favorável à produção nacional, a pro- ximidade geográfica e a relação de maior confiança com os fornecedo- res vêm se tornando uma vantagem competitiva cada vez maior, a favor dos fabricantes de vestuário do Bra- sil, interessados em se qualificar (e se certificar) para suprir grandes re- des de varejo do país. O desenvolvimento de novos canais de comercialização é um importante caminho de grande potencial para su- perar a crise e voltar a crescer. Se a sua confecção ainda não atua como fornecedor do grande varejo de mo- da do país, talvez seja o momento de olhar com mais atenção para as opor- tunidades que este canal pode ofere- cer para o seu negócio. Sucesso!!! Indicadores Econômicos De olho no desempenho recente do mercado de vestuário, a venda do comércio varejista finalmente voltou a crescer, no último mês de março de 2016. Em volumes físicos a alta foi de 12,8% e, em valores de venda, de 13,8%. No acumulado do 1º trimestre de 2016, houve queda de (-) 7,6% nas receitas e de (-) 12,9% nos volumes. A produção nacional destes arti- gos, em número de peças confec- cionadas, teve crescimento de 17,8% em março comparado ao mês de fevereiro de 2016, acumulando no 1º trimestre queda de dois dígitos, che- gando a (-) 11,4% em 2016, sobre o montante produzido em 2015. Com o aumento da taxa de câmbio nos últimos meses, as importações brasileiras de roupas, por sua vez, re- cuaram em 5,3% no mês de março de 2016 e, no ano, acumula queda de 47,9%. Já as exportações obtiveram alta de 53,0% no mês, porém, ainda com recuo de 8,2% no ano. Interior da Loja Riachuelo C M Y CM MY CY CMY K

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