World Fashion + Varejo edição 152

+bazar MODA E NEGÓCIOS SE ENCONTRAM AQUI. www.salaomodabrasil.com.br 19, 20 e 21 de junho das 12h às 20h SÃO PAULO EXPO Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 São Paulo - SP - Brasil Evento exclusivo para profissionais do setor PatrocínioGold Apoio newstage@newstage.com.br 55113368-4939 Realização PatrocínioSilver O jeans no front Com o início da II Guerra Mundial, o panorama sócio-econômico muda drasticamente e as mulheres ingres- sam no mercado de trabalho, enquan- to os homens partem para o front . A vestimenta também muda. A mulher passa a usar uma espécie de macacão no ambiente de trabalho na fábrica, e é praticamente assimque ela é vista todos os dias, o dia inteiro. O traje de trabalho torna-se um fator que praticamente per- sonifica a mulher nesse período. Era o momento ideal para a criação de uma moda prática, capaz de vestir a mulher com uma elegância natural, que deixasse de lado os trajes com- plexos do ontem, para que a mulher pudesse acompanhar, também no modo de vestir, a dinâmica que se processava na sociedade. Um dos principais nomes desse mo- mento é Claire McCardell, que lança as bases do genuíno ready-to-wear nor- te-americano. Estilista nata, McCardell frequentou, nos primórdios dos anos 1920, a Parsons School, que na época era conhecida como New York School of Fine and Applied Art (Escola de Belas Artes e Artes Aplicadas de Nova York). A grande mola propulsora da carrei- ra da estilista norte-americana deu-se na fase em que ela rumou para Paris, onde frequentou cursos e, principal- mente, teve contato com criadores, entre os quais Madeleine Vionnet. Foi com esse gênio da criação de moda que McCardell aprendeu, por exem- plo, o corte do tecido feito em viés, para um novo caimento da roupa. A partir de então, a jovem norte-ame- ricana foi empregando todo o seu talento nas criações, até propor, em 1942, o vestido em denim chamado “Pop Over”, do tipo “utilitário”, produ- zido “aos milhares” pelo fato de ser confeccionado a partir de moldes que ela mesma elaborava. Elemento cultural Com o fim da Segunda Guerra Mun- dial, uma nova onda redirecionou a visão cultural em relação ao denim na América dos anos 1950: as gangues de motoqueiros. O Jeans tornou-se o centro da controvérsia, não sem uma manifestação popular de contestação ao jeans, apresentado como símbolo (e até mesmo a causa) de agitação entre os jovens. Exemplo simbólico do perío- do é a jaqueta 507 da Levi Strauss & Co. Para afastar qualquer risco de delin- quência juvenil por meio dessa peça do vestuário, um grupo de fábricas de denim e fabricantes uniram-se para fundar o Denim Council (Conselho do Denim), em 1955. Nesse sentido, a Bi- blioteca Gladys Marcus do FIT mantém em seu acervo documentos do Conse- lho do Denim, entre os quais estão re- cortes de jornais e revistas, relatórios e quadrinhos. Todos registrando o rápido crescimento da popularidade do jeans. Contracultura Na década de 1960, o movimento hippie e a contracultura deram novo direcionamento à trajetória do jeans. Dentro do movimento, o denim foi importante pelo fato de sua imagem estar associada à classe trabalhadora, surgindo como contraponto ao mate- rialismo crescente na sociedade norte -americana do pós-guerra. É desse pe- ríodo o jeans bordado e remendado. E no início dos anos 1970, o mo- vimento de contracultura cruza as fronteiras da ideologia e ingressa no mainstream, levando consigo o denim. Essa transição fica de certa forma re- tratada na estampa feita para umshorts em denim, que tem como detalhe im- presso na sua superfície a fotografia da multidão que tomou conta do memo- rável Festival de Woodstock, em 1969. O evento que contestava o mainstream foi absorvido justamente por ele. Ao mesmo tempo, denim começou a marcar presença na obra de gran- des costureiros, como Yves Saint Lau- rent, que lança a jaqueta safári. Tambémna Europa, empresas como a Fiorucci transformam o jeans numa ver- dadeira mania que passa a fazer parte da vida dos italianos e franceses no final de 1970. Os jeans tinham que ser tão justos que exigiam do usuário ter que deixar-se para fechar o zíper. Em solo americano, a “voz” no terreno do jeans é Calvin Klein, por muitos considerados o “primeiro designer do jeans”. As cam- panhas da marca foram estreladas pela bela Brooke Shields nos anos 1980. Stone Washed As pedras rolaram na década de 80 e mudaram a cara do jeans. À dupla fran- cesa Marithé & François Girbaud atribui- semuito dessa mudança, produzida em grande parte na etapa da lavanderia. Outra marca importante desse mo- mento é a americana Guess. A exposi- ção Denin: Fashion´s Frontier também remete à coleção Prairie, idealizada por Ralph Lauren, em 1981. Denin: Fashion's Frontier faz referência às guerras mundiais, aos conflitos, aos movimentos sócio-culturais – hippie, rock e outros também associados aos gêneros musicais. Faz também referên- cia à etapa contemporânea da moda, como o período de 2004/05, em que se viu um grande boon do denim nas passarelas. Nesse momento, ênfase para a atuação no segmento feminino de Dries Van Noten, Chloë e Sacaï, bem como peças de moda masculina de Ralph Lauren e Rag & Bone. A partir daí, a exposição percorre o universo das marcas: Levi´s, Lee Riders, Fiorucci, Marithé & Françoise Girbaud, Yves Saint-Laurent, Calvin Klein, Guess, Tommy Hilfiger, Ford for Gucci, Roberto Cavalli, Jean Paul Gaultier, Gianfranco Ferré, entre mui- tas outras que compõem essa história em permanente evolução. Edun, a marca criada por Bono Vox e Ali Hewson, apresenta o vestido branco e preto em denim, em 2007 Em nenhum momento o jeans perde as origens de peça ligada à roupa do trabalhador, podendo ou não ganhar ares contestadores

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